O caminho à frente: De onde viemos e para onde vamos

O Brasil é conhecido como o eterno país do futuro, que nunca chega. Abundante em recursos naturais, o país sempre se destacou no setor de commodities, como petróleo, minério e produção agrícola. Apesar de algumas tentativas de industrialização, o país não conseguiu se destacar nesse setor, e, na verdade, a indústria vem apresentando sinais de retração nos últimos anos.

E qual é a perspectiva para o futuro? Em minha opinião, o país está abordando os problemas mais básicos de maneira equivocada. Sendo um país subdesenvolvido, infelizmente, temos a tendência de acreditar que somos mais do que realmente somos. Construímos estádios para copas, fizemos tentativas frustradas de criar um trem de alta velocidade e investimos bastante em educação universitária, enquanto a educação básica é negligenciada. Enquanto isso, metade da população não tem acesso a saneamento básico, nossos indicadores de educação são lamentáveis e nossa renda per capita se assemelha à de países pobres. É crucial ter em mente todos esses aspectos ao discutir o Brasil, pois percebe-se que pessoas que vivem em boas cidades do país não conseguem compreender o quanto precisamos melhorar nos aspectos mais fundamentais, nos quais países desenvolvidos já solucionaram há séculos.

Continuamos elegendo setores em destaque e acreditando, de certa forma, que o governo nos salvará, quando na verdade ele escolhe um setor diferente a cada hora para favorecer. Em vez de agradar aqueles que mais agradam o governo, o país precisa se interessar por reformas estruturais: saneamento, educação, tributação, administração. Somente assim poderemos pensar em um crescimento consistente.

Mas e seus investimentos, o que eles têm a ver com isso?

Basicamente, é importante entender que o Brasil só poderá decolar com reformas estruturais. Caso não ocorram, não devemos esperar resultados muito diferentes dos ridículos índices de crescimento que tivemos nas últimas décadas. E como devemos abordar nosso portfólio nesse cenário? Continuando a buscar boas empresas, como sempre fizemos. Estou convencido de que podemos obter resultados positivos dessa forma.

Dito isso, pode parecer que estou desencorajando exposição a empresas brasileiras, mas na verdade é o contrário. No momento atual, vejo muitas boas empresas subvalorizadas, desde que as analisemos como negócios, da forma correta. Podemos encontrar ótimas oportunidades no Brasil. O que mencionei anteriormente, com um tom pessimista, é apenas para deixar claro que o Brasil não possui uma estrutura robusta para um crescimento relevante no longo prazo. Por isso, recomendo a diversificação do capital. Atualmente, é muito fácil adquirir ações estrangeiras por meio de corretoras, como a Avenue.

Resumindo, nosso país é subdesenvolvido, mas o governo tem dificuldade em admitir isso. Só conseguiremos crescer e nos desenvolver quando as reformas estruturais forem feitas.

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